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O glúten tem sido considerado um “inimigo” da alimentação saudável. Mas, a menos que você tenha sido oficialmente diagnosticado com a doença celíaca, pedir uma pizza ou comer um pãozinho no café não vai gerar qualquer problema ao seu organismo. A novidade é que um estudo publicado na revista científica BMC Medicine descobriu que grande parte das pessoas sofre com a sensibilidade ao glúten não celíaca, distúrbio no qual as pessoas experimentam inchaço, gases ou dor abdominal, diarreia ou constipação, náusea, dor de cabeça e dormência nas extremidades após horas ou dias do consumo de glúten. O risco desse problema, segundo os cientistas, é que as vítimas apresentam resultado negativo para doença celíaca ou para alergia ao trigo.

“Agora está se tornando evidente que as reações ao glúten não estão limitadas à doença celíaca. Descobrimos a existência de um espectro de distúrbios relacionados ao glúten”, afirmam os pesquisadores no artigo publicado recentemente.

A má notícia é que a sensibilidade ao glúten não celíaca ainda não é bem entendida pela Medicina e não existe um diagnóstico eficaz para ela. “Ainda é muito novo e estamos tentando entender. As pessoas com essa sensibilidade não têm os mesmos biomarcadores das vítimas da doença celíaca, mas, frequentemente, os sintomas desaparecem quando seguem uma dieta sem glúten”, comenta a nutricionista Alexandra Inman, da clínica Vancouver Dietitians, do Canadá, em entrevista para o portal canadense de notícias Global News.

De qualquer forma, a especialista lembra que o autodiagnóstico é sempre perigoso, especialmente quando a pessoa opta pelo corte do glúten por conta própria, já que essa nova condição pode estar relacionada a algum outro problema, que pode piorar se não for tratado corretamente. “O primeiro passo é descartar a possibilidade da doença celíaca, porque se você a tem e não trata, pode causar danos intestinais graves”, afirma Alexandra.

Vale lembrar que os sintomas gastrointestinais percebidos pelos celíacos são semelhantes aos da sensibilidade ao glúten não celíaca, além de deficiências nutricionais como anemia e dermatite. A alergia ao trigo desencadeia ainda uma série de reações como náuseas, vômitos, erupções cutâneas e problemas ainda mais graves, como dificuldade para respirar e anafilaxia.

Para quem fez teste alérgico e o resultado foi negativo para o glúten, o próximo passo é realizar uma espécie de dieta restritiva (sob orientação de um profissional) para determinados alimentos, o que pode ajudar na identificação de qual deles seria o responsável pelos sintomas. Isso é especialmente importante quando se trata da nova condição descoberta pelos cientitas, já que o “vilão” pode não ser o glúten.

“Pode ser outro tipo de carboidrato encontrado em muitos produtos que contêm glúten. O frutano [polímero originário da frutose] é um tipo de carboidrato que não é facilmente digerido, especialmente por pessoas com a Síndrome do Intestino Irritado. Estamos percebendo cada vez mais relação entre aqueles que queixam de sensibilidade ao glúten, mas que, na verdade, têm problemas com frutanos”, esclarece Alexandra Inman ao Global News.

De fato, um estudo publicado na revista científica Gastroenterology descobriu que o frutano causa mais problemas estomacais em pessoas que achavam que eram sensíveis ao glúten do que a própria proteína do trigo. Polímeros como esse, que é proveniente da frutose, chegam ao intestino grosso sem serem digeridos e acabam passando pelo processo de fermentação devido às bactérias que compõem nossa flora intestinal. No processo, podem ser gerados gases e, consequentemete, o desconforto, em especial para quem sofre da Síndrome do Intestino Irritado.

Fonte: Revista Encontro

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